[RESENHAS] Outras Palavras Para O Amor
Tenho esse livro aqui desde que ele foi lançado pela Galera Record, mas ainda não tinha me interessado em lê-lo, não estava "no clima" para romance e coisas desse tipo, acontece que agora não estou querendo nada com o tema sobrenatural e então desenterrei o livro da estante para ler.
Ariadne Mitchell é uma garota de 16 anos, que estuda numa escola pública do Brooklyn e tem que conviver com a paranoia dos anos 80: as doenças sexualmente transmissíveis. Depois da morte de um tio do pai ela acaba indo estudar na Hollister, uma renomada escola em Manhattan e, mesmo morrendo de medo de não se encaixar no novo colégio (como acontece no atual) ela vê uma luz no fim do túnel: vai estar perto de sua melhor amiga Summer Simons.
O problema é que Summer acaba não indo à primeira semana de aula e isso acaba fazendo com que Ari conheça Leigh, uma garota com a qual tem uma aula. Leigh é estranha e divertida e elas acabam se tornando amigas, o que irrita Summer que costumava ser a única amiga de Ari. Mas os dramas da vida da adolescente não se resumem apenas a suas amigas, ela também tem alguns problemas em casa.
A mãe e a irmã mais velha da garota não se dão bem elas são comparadas por Nancy (mãe), o que deixa Evelyn (irmã) furiosa porque sempre é para deixá-la por baixo já que esta engravidou e casou antes dos 18 anos. Agora, grávida de seu segundo filho, ela não está nada bem psicologicamente. Mesmo assim, Ari tenta ajudar a irmã e o cunhado, pelo qual ela nutri uma paixão secreta e proibida.Até seu nome era perfeito: Summer Simon, como uma estrela de cinema em um letreiro reluzente.Eu me perguntava se os pais dela tinham planejado isso, e desejava que os meus tivessem pensado melhor. Eles deviam saber que garotos se sentiriam mais atraídos por meninas chamadas Summer Simons do que pelas chamadas Ariadne Mitchell.
A situação toda já parece ruim o bastante, mas eu ainda não falei para vocês que Nancy coloca sobre a segunda filha expectativas altíssimas já que ficou extremamente decepcionada com Evelyn, por isso exige sempre mais da pobre garota e nada que ela faça parece ser o suficiente para agradar a mãe.
Será que chega de dramas para ela? Não, os meninos não acham que ela é atraente, ela só ficou com um cara até o momento, e sua amiga e irmã só a colocam para baixo quando o assunto é a imagem.
Assim que ela conhece Del, primo de Leigh, e ele da certa atenção pra ela e a menina acaba desenvolvendo sentimentos confusos, ela se decepciona ao descobrir que ele tem namorada. E aí surge Blake, o outro primo de Leigh e irmão de Del, por quem ela de cara tem uma quedinha que acaba evoluindo depois que ele da atenção pra ela. O problema de Blake é que ele é submisso ao pai. Será que ela consegue lidar com tudo isso?— Leigh — repeti seguindo-a.— O que está acontecendo com você?— Por que você quer meu telefone? — Não vai usá-lo. Não me ligou nem quando uma estava de cada lado da ponte. Você disse que íamos sair até eu me mudar para a Califórnia. Lembra? Nos Hamptons, você disse que íamos andar juntas pelo resto da primavera, mas acabei sozinha no apartamento como de costume. Só vejo você na escola ou quando aparece com Blake e eu estou presente por acaso. E ele foi àquela festa no Memorial Day na casa da sua irmã. Mas eu não fui convidada. Por que eu não fui convidada?
Por onde eu começo a falar desse livro? Ou talvez deva usar a palavra reclamar. Pensem em um livro que já leram em que a autora enrola a história toda? Pois é, esse aqui deve ser pior. Vocês devem estar pensando "de jeito nenhum Jessie, isso é impossível!", que impossível que nada! Em 134 páginas a autora enrola de uma forma única de se ver, um dos focos do livro (o romance) ainda nem começa a ser desenvolvido, Blake havia sido mencionado uma vez, mas nunca tinha aparecido! Esse tempo todo estamos presos nos dramas (alguns bem ridículos!) da personagem principal. E preciso mesmo comentar que se existe alguma pessoa que leu Outras Palavras Para O Amor e se identifique com ela durante a leitura, recomendo veementemente que procure um psicólogo ou psiquiatra o quanto antes.
Ari é absolutamente insegura, não vê em si nenhuma qualidade e não acha que qualquer traço seu seja atraente, mesmo os morais pelo que parece. A menina é totalmente deixada de lado pelo pai e enaltecida pela mãe, principalmente na presença da irmã, Evelyn, a qual a desrespeita e humilha com frequência, mesmo Ari tentando ajudá-la com os filhos ainda pequenos. Ela também é obcecada por Patrick, o cunhado, de uma forma assustadora chegando ao cúmulo de, quando está dormindo na casa deles, encostar o ouvido na parede para escutar quando o cunhado e a irmã tem relações no quarto ao lado. Sério, isso é doentio!
Summer, a "amiga" mais antiga, é extremamente fútil e não gostei dela, a menina é tão falsa e além de tudo vive apontando defeitos em Ariadne, como se ela não fosse suficientemente insegura e cheia de paranoias. A única personagem que gosto é Leigh, uma garota com uma história muito triste e que devia ser mais explorada, mas acontece o contrário, ela é totalmente deixada de lado pela autora. Outro fato que me deixa frustrada com esse livro é a extrema necessidade da autora de descrever e romantizar ABSOLUTAMENTE TUDO. Os detalhes são exaustivamente explorados na obra e não estou falando dos detalhes da história (que às vezes até passam batido!), falo dos cenários, lugares e dos objetos. Isso é totalmente uma perda de tempo. O que posso dizer? Estava louca pra terminar esse livro e gastar meu tempo com uma obra melhor!— Não sei quem pensa que é — disse ela. — Está achando que é especial só porque achou um cara que é areia demais pro seu caminhãozinho. Mas não vai ficar com ele pra sempre, Ari. Ele vai perceber.— Perceber o quê? — perguntei enquanto uma aura se esgueirava pelo meu olho.— Que você é entediante. Que você é sem graça, entediante e medíocre em todos os sentidos.
Acredito que o que mais me irritou na Ari foi sua carência exacerbada, é só um cara olhar pra ela que a menina já está toda apaixonada por ele, realmente acho que esse tipo de coisa já é deprimente na vida real, mas na literatura? Chega a ser ridículo! E já estamos cansados de ouvir que livros influenciam pessoas, vou ressaltar de novo uma opinião bem particular que vivo colocando nas minhas resenhas quando pego um livro com personagens assim: não da pra criar personagens mais inspiradoras que essas? Mesmo odiando fazer comparações vou fazê-las assim mesmo para vocês conseguirem enxergar o quanto a Ari é irritante pra mim: ela é uma mistura de Lucie (Fallen) com Bella (Twilight) com mais problemas psicológicos e emocionais.
Agora vocês provavelmente estão se perguntando: será que ela não encontrou nenhum ponto positivo no livro? Não odiei o fim, na verdade as últimas dez páginas são as melhores do livro, o problema são as outras 358. Um final não tão ruim não redime uma obra que, para mim, foi horrível desde a primeira página. Coloquei os quotes para vocês entenderem o meu ponto de vista, o quanto livro é chato e o quanto Ariadne é mais chata ainda.
Só tenho mais uma coisa a pontuar sobre as personagens do livro que não poderia me esquecer. Releia [ou leia] a citação acima e me fale que pessoa normal comemora a morte de um parente, ainda que ele tenha deixado uma herança para você e sua família? Ainda que ele não compartilhe o seu sangue? Essa citação foi tirada do início do livro, então ele não começa mais ou menos ou bom e desanda de vez, ele é ruim por inteiro.— Espere até amanhecer, Nancy — disse papai.— Mas são boas notícias, Tom — e logo depois apareceu no meu quarto, dando notícias que não eram nada boas. — Tio Eddie morreu.
Sobre a capa eu preciso dizer que foi uma das coisas que me chamou atenção quando o livro foi lançado, sem falar no próprio nome da obra (que promete uma coisa que não é entregue!). Já a diagramação é bastante simples, o único detalhe é que toda primeira palavra dos capítulos tem uma fonte diferente.
Eu entendo que muitas pessoas adoraram o livro e vocês podem discordar de mim, tenho total respeito por opiniões contrárias às minhas e se quiser comentar falando que discorda e explicando vou adorar ler seu comentário, mas for para me desrespeitar não perca seu tempo escrevendo o comentário, nem me faça perder o meu lendo.
Título: Outras Palavras Para O Amor | Páginas: 368|
Autor(a): Lorraine Zago Rosenthal | Editora: Galera Record
Marcadores: Editora Galera Record, Resenhas
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