10 fevereiro 2018

[RESENHA] Drácula


Quem nunca ouviu falar de Drácula provavelmente viveu em uma caverna por toda a sua vida, mas você conhece a história original do vampiro que domina o imaginário popular? Aquela escrita pelo Bram Stoker e publicada em 1887? Então venha saber um pouco mais sobre ela e a minha opinião!


Tudo começa com a viagem à trabalho do advogado Jonathan Harker até Transilvânia, para se encontrar com um misterioso conde e ajuda-lo a comprar uma propriedade nos arredores de Londres, mas aos poucos ele percebe que não só o senhor daquele castelo é estranho, como também fez do jovem seu prisioneiro. No imenso castelo vivem também três belas mulheres que certa noite seduzem o sr. Harker e tentam sugar seu sangue, fato que só foi evitado graças a interrupção do conde. Que para recompensar as belas mulheres lhes oferece algo em troca assim cena que se segue a esta é tão assombrosa quanto possível e envolve um bebê sendo drenado e sua mãe destroçada por lobos.

Com o Jonathan aprisionado, Drácula decidi ir até Londres e algumas peculiaridades são necessárias, já que o vampiro só consegue descansar em sua terra natal o que o faz ter que levar um pouco dela junto de si. Enquanto isso Mina Murry, noiva de Harker, decide passar uma temporada na casa de Lucy sua velha amiga de infância que sofre de sonambulismo se tornando por este motivo a presa de Drácula e proporcionando assim o primeiro encontro entre Mina e o Conde quando esta a socorre a amiga e a leva para casa.

Enquanto isso, o jovem sr. Harker acaba se envolvendo em uma fuga perigosa do castelo e quando a bela Mina descobre o ocorrido decide ir ao seu encontro e lá eles acabam se casando. Enquanto isso, Lucy começa a apresentar sintomas incomuns como palidez, debilidade que somados aos dois orifícios constates em seu pescoço deixam a sua situação ainda mais estranha e por conta disso seu noivo acaba pedindo ajuda de Dr. John Seward que ao perceber que ela não apresenta melhoras recorre ao Dr. Abraham Van Helsing, um médico holandês especialista em doenças misteriosas e raras. Depois de inúmeros exames Lucy e a mãe acabam falecendo e pouco tempo depois é noticiado que há pelas ruas uma linda "Senhora Sangrenta" que morde criancinhas e o Dr. Van Helsing suspeita que Lucy possa ter se transformado em uma vampira.

Por fim, Jonathan mostra o diário que escreveu enquanto ainda estava no castelo para sua esposa e, quando ainda mais mortes acontecem, ele, Mina, Van Helsing e mais alguns personagens acabam juntando forças para combater o terrível Conde Drácula. Ninguém está seguro e, quando o vampiro é obrigado a retornar para casa uma perseguição é iniciada, mas como vencer um ser com tamanho poder e tão maligno?

Quando finalmente decidi ler Drácula eu imaginava que já saberia muito sobre a trama, afinal este é um dos livros mais conhecidos de todos os tempos, mas acontece que quando uma história é narrada por tantas pessoas de tantas formas diferentes, o conteúdo original acaba ficando meio esquecido por isso, apesar de conhecer muito do que aconteceria no decorrer do livro, fiquei espantada com a quantidade de vezes em que fui surpreendida com acontecimentos durante a leitura.

E, sem dúvida, uma das coisas mais inesperadas para mim foi a narrativa epistolar, o que significa que a trama do livro é toda apresentada através de diários, cartas, matérias de jornais e outros registros, eu não esperava por isso. Este tipo de processo permitiu a Stoker o desenvolvimento de vários personagens sem prejuízo para o andamento da história ou que confunda a cabeça do leitor. Honestamente não é meu tipo favorito de narrativa porque gosto muito de ler diálogos, mas não vejo como o livro poderia funcionar se fosse escrito de uma maneira diferente.

Outra coisa que me surpreendeu foi o fato de que o tom do livro é bem mais sombrio do que imaginava e isto me rendeu algumas noites de sono bem mal dormidas dependendo da cena que lia, ainda assim, o enredo me deixou tão vidrada que mesmo as cenas mais macabras não conseguiram me fazer desistir dele (e olha, teria deixado qualquer outro livro pra lá!) tamanha a minha curiosidade para saber o que viria a seguir.

E eis que o ponto mais positivo do livro para mim: eu realmente acreditava que se tratava de uma história sobre o Conde Drácula, mas na verdade ele não é o protagonista aqui. Sim, ele é absolutamente fundamental e sem ele não haveria trama, mas a narrativa é muito mais focada no grupo que irá se reunir (e sua jornada até se tornar este grupo!) para acabar com o vampiro. E isso gente é sensacional, houve uma quebra de expectativa tão grande quando percebi isto que eu fiquei ainda mais instigada na leitura porque queria saber o quanto mais Stoker poderia me surpreender. A resposta é: praticamente o livro todo.

Bom, a minha edição é da Zahar (a versão comentada!), lançada em 2015 e sou completamente apaixonada por ela! Por várias vezes as notas me salvaram e esclareceram certos aspectos da narrativa que poderiam ter tornado a leitura um pouco mais difícil para mim. Além disso o livro é absolutamente maravilhoso internamente e deixa qualquer um de queixo caído.

A tradução e revisão merecem destaque absoluto. Eu peguei alguns capítulos em inglês para ler e poder avaliar a primeira e, honestamente, eu fiquei muito feliz com o resultado do trabalho de Alexandre Barbosa de Souza que trouxe um texto rico e tão próximo do original que ler em inglês ou em português não faz a menor diferença. Já a revisão foi tão impecável que não consegui encontrar nenhum erro. Ambas as coisas podem me incomodar muito durante a leitura e por isso preciso comentar o quanto elas estão absolutamente perfeitas nesta edição.

Com personagens muito bem construídos e uma narrativa bem desenvolvida, Drácula não é exatamente a leitura mais fácil que já fiz na minha vida, mas com certeza foi uma das mais gratificantes e por isso recomendo muito. Bram Stoker me tirou da minha zona de conforto (algo que estou almejando para este ano!) e me deu de presente uma das melhores histórias que já li na vida.






Título: Drácula Páginas: 476 | Autor(a): Bram Stoker  
Tradutor(a):  Alexandre Barbosa de Souza  Editora: Zahar | Ano: 2015

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9 Comentários:

Às 11 de fevereiro de 2018 às 13:34 , Blogger No Conforto dos Livros disse...

Olá!! :)

Eu confesso que não conhecia este livro mas ainda bem que gostaste de fazer a leitura! Fiquei curioso depois de ler...

Enfim, acho ótimo que o dracula não seja o protagonista, e que a tradução e revisão estejam muito bem conseguidas!

Boas leituras!! ;)
no-conforto-dos-livros.webnode.com

 
Às 12 de fevereiro de 2018 às 08:01 , Blogger Book Obsession disse...

Olá!
Sabe que mesmo gostando desse gênero eu nunca li nada a respeito do Drácula?!
Sua resenha me deixou convencida de que a história está bem desenvolvida e quem diria hein, até com doses de humor.
Vou deixar anotado para tentar ler em breve.
Beijos!

Camila de Moraes.

 
Às 12 de fevereiro de 2018 às 10:10 , Blogger Morgana Brunner disse...

Oii tudo bem?
Que demais a sua resenha menina, gostei de saber a sua opinião e achei ótima a sua resenha, eu tenho muita curiosidade de ler a obra e a tenho na estante, mas sempre procuro leer outro na frente, sua resenha ficou ótima e diante de tantos elogios quero ler, ainda mais que possui uma revisão bem feita. Lindas fotos.
Bjs

 
Às 12 de fevereiro de 2018 às 16:18 , Blogger Felipe Cunha Germano disse...

Oi, tudo bom?
Eu nunca li Drácula, conheço, é claro, mas nunca cheguei a ler. Admito que também não sabia muito da história, só o básico do básico. Os pontos que te chamaram atenção também chamaram a minha, adorei saber que é um livro bem pesado, deixa mais interessante. As edições da Zahar são lindas demais, queria ter todos os livros deles.
Até mais o/

 
Às 12 de fevereiro de 2018 às 21:50 , Blogger fabdosconvites disse...

Adoro Drácula, e a última versão que li, na verdade foi um audiobook, ou seja, eu ouvi, e foi uma ótima experiência. Ainda não vi esta edição, mas sendo da editora, deve está muito bonita.
Bjs, Rose

 
Às 12 de fevereiro de 2018 às 22:52 , Blogger Maria Luíza Lelis disse...

Oi, tudo bem?
Eu já ouvi falar sobre o Conde Drácula, claro, mas nunca li o livro e não tinha ideia de como era a história. Admito que não tenho curiosidade, pois sou a pessoa mais medrosa do mundo hahaha.
Achei bem interessante a forma como a história é narrada e o fato de que o livro não é centrado exatamente no Drácula, mas no grupo que se une para combatê-lo. No entanto, essas cenas mais macabras que você mencionou são o suficiente para que eu não queria ler.
De qualquer forma, adorei a resenha e essa edição da Zahar é realmente incrível.
Beijos!

 
Às 14 de fevereiro de 2018 às 07:55 , Blogger Florescendo Livros disse...

Eu acho que não seria o tipo de leitura que ia me agradar, pois toda essa questão de sangue, drenar um bebê e tals, sou uma pessoa muito medrosa, eu li o primeiro da série fallen e tive até pesadelos (então imaginem só), mas gostei da sua resenha e da sua opinião forte sobre o livro, essa edição é linda, eu compraria só para admira-lo!

 
Às 17 de fevereiro de 2018 às 01:41 , Blogger Aninha Goulart disse...

Oiii,

Nunca tive muita vontade de ler nada sobre o Drácula, mas achei muito legal a estória ser sobre como ele foi caçado e não dele propriamente dito.

Beijinhos...

 
Às 18 de fevereiro de 2018 às 23:59 , Blogger Tahis disse...

Olá!
Sempre tive muita vontade de ler esse clássico, e sou apaixonada por essa edição da Zahar. Não sabia que era narrado através de cartas, diários, fiquei ainda mais curiosa e com vontade de conferir esse clássico. E como você disse quero também sair da minha zona de conforto este ano. ótima resenha, me deixou ainda mais curiosa com a história!

beijos!

 

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