[AUTOR DO MÊS] Entrevista com Aya Imaeda
Oi gente! Continuando com a coluna do Autor do Mês (se você perdeu os outros posts de autor do mês é só clicar aqui) que esse mês conta com a participação da incrível Aya Imaeda e trouxemos uma entrevista para que vocês possam conhecê-la melhor!
1- Oii Aya, muito obrigado por
aceitar ser nossa autora do mês! Conta pra gente de onde surgiu a ideia de
escrever sobre a cultura celta?
Olá! Estou muito feliz em participar! Meu primeiro contato com esse
folclore foi por meio do anime Hakushaku to Yousei (O Conde e a Fada), quando
eu ainda estava no colegial. Tem um kelpie nessa história e, ao pesquisar sobre
kelpies, acabei encontrando um mundo riquíssimo de lendas que tinham raízes no
folclore celta. Fiquei especialmente encantada por uma lenda escocesa de um
kelpie que é enganado por uma garota humana, e decidi que um dia eu contaria
essa história do meu próprio jeito.
2- Conta para gente como foi o
processo de pesquisa para a história de O Segredo do Kelpie.
Envolveu muitas horas na internet e em bibliotecas pesquisando
diferentes versões das lendas das criaturas do folclore britânico, buscas por
imagens de referência, livros sobre agricultura e pecuária escocesas no século
XVIII, e até mesmo pirateamento de um artigo científico. Apesar de o foco ser a
fantasia, eu queria que a história fosse o mais correta possível
historicamente.
3- Você já tem alguma ideia ou
algum projeto que irá escrever que pode nos contar?
No momento, estou escrevendo uma história ambientada no Japão feudal. É
sobre um pirata que, para escapar da execução, é obrigado a aceitar um acordo
suspeito: fingir ser um samurai e escoltar uma garota até seu casamento
arranjado. A minha própria mudança para o Japão, dois meses atrás, tem atrasado
minha escrita, mas espero pegar o ritmo em breve!
4- Como se dá o seu processo de
criação?
Geralmente começo pelos personagens. Algo como “eu gostaria de escrever
sobre um kelpie se lascando no mundo dos humanos”, ou “eu gostaria de escrever
sobre um pirata e uma garota raposa”. A partir daí, penso na ambientação que
melhor serviria para eu contar a história desses personagens (cheguei a cogitar
a ideia de ambientar a história do Kelpie no Brasil, por exemplo, mas acabei
optando pelas ilhas Hébridas Exteriores na Escócia). Depois a criação tem uma
fase bem livre, em que vou pensando em que tipo de cenas eu gostaria de
escrever e faço vários rascunhos soltos, principalmente de diálogos. Por último
tento estruturar essa bagunça, com linhas do tempo, separação em atos, pontos
de virada e tudo o mais. Mas é uma estrutura flexível, pois gosto de ir criando
conforme escrevo.
5- Você pretende escrever outro
gênero que não seja fantasia?
Por enquanto, meu maior carinho é pela fantasia mesmo, mas estou sempre
disposta a arriscar outros gêneros em histórias curtas. Quem sabe não sai um conto
de terror um dia desses?
6- Você tem algum ritual de
escrita? (Em silêncio, com música, etc.)
Eu gostava muito de ouvir música antes de começar a escrever, para
entrar no clima. Mas, ultimamente, escrevo quando dá: uns minutinhos roubados
no laboratório antes de uma reunião, uma palestra que está chata demais. Não
estou em condições de ser muito exigente.
7- Existe alguma outra
mitologia que você pretende pegar por base para criação de histórias
futuras?
Algum dia quero escrever sobre folclore inca (não exatamente inca, na
verdade, mas povos nativos do norte da Argentina que estavam fugindo dos
incas). Já estive em sítios arqueológicos e ruínas de cidades indígenas, mas
ainda não encontrei a história que quero contar nessa ambientação.
(Dica para vestibulandos: se seu objetivo de vida é viajar para lugares
aleatórios, pense com carinho em fazer Biologia.)
8- Quais são os autores e obras
que te inspiram?
Dentre muitos, Graciliano Ramos, pela forma como captura a alma humana
em poucas palavras. Revo, um compositor cujas músicas contam histórias, pela
maneira com que incorpora diferentes mitologias e ambientações, e como trata de
sentimentos como arrependimento, ganância, amor. Tem também meus amigos
escritores e os veteranos da Editora Draco, como o Eduardo Kasse e a Ana Lúcia
Merege, que me inspiram pela postura profissional e paixão pelo que fazem.
9- Muito obrigado por responder
a estas perguntas, e para finalizar: Existe algum gênero que em hipótese alguma
você se arriscaria a escrever?
Eu é que agradeço! Respondendo à última pergunta...
“Nunca” é uma palavra muito forte, mas eu provavelmente não me
arriscaria a escrever uma comédia pura ou um romance hot. O primeiro, porque
considero que escrever comédia de qualidade é um trabalho difícil e eu não sei
ser engraçada sob pressão. O segundo, porque até para escrever cena de beijo às
vezes fico constrangida, embora, por outro lado, não tenha problema nenhum em
ler cenas de sexo explícitas. Vai entender.
Esperamos que tenham gostado da entrevista com a Aya pessoal! Para saber mais sobre ela basta clicar aqui para ver o post anterior! E esperamos vocês na semana que vem para conferir o conteúdo exclusivo que a Aya preparou!
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