10 junho 2018

[AUTOR DO MÊS] Entrevista com Aya Imaeda


Oi gente! Continuando com a coluna do Autor do Mês (se você perdeu os outros posts de autor do mês é só clicar aqui) que esse mês conta com a participação da incrível Aya Imaeda e trouxemos uma entrevista para que vocês possam conhecê-la melhor!


1- Oii Aya, muito obrigado por aceitar ser nossa autora do mês! Conta pra gente de onde surgiu a ideia de escrever sobre a cultura celta?
Olá! Estou muito feliz em participar! Meu primeiro contato com esse folclore foi por meio do anime Hakushaku to Yousei (O Conde e a Fada), quando eu ainda estava no colegial. Tem um kelpie nessa história e, ao pesquisar sobre kelpies, acabei encontrando um mundo riquíssimo de lendas que tinham raízes no folclore celta. Fiquei especialmente encantada por uma lenda escocesa de um kelpie que é enganado por uma garota humana, e decidi que um dia eu contaria essa história do meu próprio jeito.
2- Conta para gente como foi o processo de pesquisa para a história de O Segredo do Kelpie.
Envolveu muitas horas na internet e em bibliotecas pesquisando diferentes versões das lendas das criaturas do folclore britânico, buscas por imagens de referência, livros sobre agricultura e pecuária escocesas no século XVIII, e até mesmo pirateamento de um artigo científico. Apesar de o foco ser a fantasia, eu queria que a história fosse o mais correta possível historicamente.
3- Você já tem alguma ideia ou algum projeto que irá escrever que pode nos contar? 
No momento, estou escrevendo uma história ambientada no Japão feudal. É sobre um pirata que, para escapar da execução, é obrigado a aceitar um acordo suspeito: fingir ser um samurai e escoltar uma garota até seu casamento arranjado. A minha própria mudança para o Japão, dois meses atrás, tem atrasado minha escrita, mas espero pegar o ritmo em breve!
4- Como se dá o seu processo de criação? 
Geralmente começo pelos personagens. Algo como “eu gostaria de escrever sobre um kelpie se lascando no mundo dos humanos”, ou “eu gostaria de escrever sobre um pirata e uma garota raposa”. A partir daí, penso na ambientação que melhor serviria para eu contar a história desses personagens (cheguei a cogitar a ideia de ambientar a história do Kelpie no Brasil, por exemplo, mas acabei optando pelas ilhas Hébridas Exteriores na Escócia). Depois a criação tem uma fase bem livre, em que vou pensando em que tipo de cenas eu gostaria de escrever e faço vários rascunhos soltos, principalmente de diálogos. Por último tento estruturar essa bagunça, com linhas do tempo, separação em atos, pontos de virada e tudo o mais. Mas é uma estrutura flexível, pois gosto de ir criando conforme escrevo.
5- Você pretende escrever outro gênero que não seja fantasia? 
Por enquanto, meu maior carinho é pela fantasia mesmo, mas estou sempre disposta a arriscar outros gêneros em histórias curtas. Quem sabe não sai um conto de terror um dia desses?
6- Você tem algum ritual de escrita? (Em silêncio, com música, etc.) 
Eu gostava muito de ouvir música antes de começar a escrever, para entrar no clima. Mas, ultimamente, escrevo quando dá: uns minutinhos roubados no laboratório antes de uma reunião, uma palestra que está chata demais. Não estou em condições de ser muito exigente.
7- Existe alguma outra mitologia que você pretende pegar por base para criação de histórias futuras? 
Algum dia quero escrever sobre folclore inca (não exatamente inca, na verdade, mas povos nativos do norte da Argentina que estavam fugindo dos incas). Já estive em sítios arqueológicos e ruínas de cidades indígenas, mas ainda não encontrei a história que quero contar nessa ambientação.
(Dica para vestibulandos: se seu objetivo de vida é viajar para lugares aleatórios, pense com carinho em fazer Biologia.)
8- Quais são os autores e obras que te inspiram? 
Dentre muitos, Graciliano Ramos, pela forma como captura a alma humana em poucas palavras. Revo, um compositor cujas músicas contam histórias, pela maneira com que incorpora diferentes mitologias e ambientações, e como trata de sentimentos como arrependimento, ganância, amor. Tem também meus amigos escritores e os veteranos da Editora Draco, como o Eduardo Kasse e a Ana Lúcia Merege, que me inspiram pela postura profissional e paixão pelo que fazem.
9- Muito obrigado por responder a estas perguntas, e para finalizar: Existe algum gênero que em hipótese alguma você se arriscaria a escrever? 
Eu é que agradeço! Respondendo à última pergunta...

“Nunca” é uma palavra muito forte, mas eu provavelmente não me arriscaria a escrever uma comédia pura ou um romance hot. O primeiro, porque considero que escrever comédia de qualidade é um trabalho difícil e eu não sei ser engraçada sob pressão. O segundo, porque até para escrever cena de beijo às vezes fico constrangida, embora, por outro lado, não tenha problema nenhum em ler cenas de sexo explícitas. Vai entender.


Esperamos que tenham gostado da entrevista com a Aya pessoal! Para saber mais sobre ela basta clicar aqui para ver o post anterior! E esperamos vocês na semana que vem para conferir o conteúdo exclusivo que a Aya preparou!


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