21 fevereiro 2019

[RESENHA] Treze



Oiii seus lindos, hoje eu vim falar para vocês de um livro que a tempos eu estava querendo ler e que por coincidência o PL foi honrado com um pedido de parceria da FML Pepper, uma das autoras mais fofinhas e carismáticas que esse Brasil tem. Então ela nos propôs que lêssemos Treze, dela com a Galera Record, e cá estou eu para contar um pouquinho sobre a história e obviamente do que eu achei desta aventura romântica, que já posso adiantar, me surpreendeu bastante.

Rebeca é uma jovem um tanto quanto peculiar, sua criação não foi convencional (para dizer o mínimo) o que a tornou uma pessoa completamente cética, mas isto nem é o mais importante: Rebeca é uma golpista (e das ótimas se querem saber), e as vésperas de cometer o maior golpe de sua vida, ela se vê com a melhor amiga em um parque de diversões decrepito onde encontra uma cartomante que contra a sua vontade faz diversas previsões bizarras (e quando dizemos bizarras, são bizarras mesmo) sobre seu futuro.

Obviamente que nossa protagonista, cética como é (e com a mãe maravilhosa que tem- sarcasmo mode on) não acredita em nada que a cartomante lhe diz, mas o destino prova a Rebeca que um pouco de fé não faz mal a ninguém, e assim todas as previsões catastróficas da cartomante acabam se concretizando, jogando a vida da nossa linda golpista no fundo do poço, e é quando ela se encontra lá no fundinho (e foi bem fundo viu?) do poço que circunstâncias inesperadas lhe levam a um recomeço.

E este recomeço se dá na última previsão feita pela cartomante, a que ela menos acreditava, aquela que envolvia o odioso número Treze! Somente seu décimo terceiro namorado a salvaria, longe dele o caos e a ruína tomariam conta de sua vida. O problema é que a cartomante definiu seu décimo terceiro namorado por enigmas, e quando o recomeço de Rebeca se apresenta, dois rapazes se encaixam nas pistas, mas somente um deles é realmente o amor da vida dela, e agora, ela precisa decifrar o enigma do coração, caso contrário sua vida será de eterna ruína. 

Eu tenho muitos sentimentos em relação a este livro, mas o primeiro que eu preciso deixar claro por aqui é que desde o início eu sempre odiei a mãe da Rebeca, porque ela é a demonstração clara daqueles pais que tem suas vidas frustradas e aí empregam suas derrotas na criação dos filhos, então se ela não teve sucesso em determinadas áreas da própria vida, a Rebeca também não teria, e foi por isto que ela tentou criar uma menina cética, mas existem coisas que não são ensinadas, já estão em nós, e por mais que ela quisesse, alguns traços da Rebeca não puderam ser mudados, e possivelmente foi isto que a salvou.

Eu adorei a Rebeca, ela evolui muito no decorrer da história, mas as vezes ela é tão incrivelmente imbecil (para não dizer que ela beira a burrice) que eu queria entrar no livro, dar dois tapas na cara dela e dizer “QUERIDINHAAA para de ficar prestando atenção nos outros e começa a ouvir você mesma, seus instintos tão aí urrando a verdade para você e tu aí bancando a imbecil”, serio gente por diversos momentos eu queria real e verdadeiramente agredir ela.

Eu preciso falar de dois personagens, mas não irei citar nomes porque acho que meio que pode ser um spoiler (apesar de que desde o início do livro fica meio óbvio de quem é quem, só a Rebeca que é uma tonta cética e não vê as coisas e este é mais um dos motivos pelos quais eu quis agredir ela), eu gostei bastante dos dois personagens que se encaixam nas previsões da cartomante, mas obviamente que amei muito mais um do que o outro, e por incrível que pareça eu não consigo me afeiçoar a personagens perfeitos demais. Sabem aquele cara que é tudo o que uma garota deseja? Pelo ou menos em tese: lindo, carismático, inteligente, cortês e por aí vai? É um deles, mas eu não consegui ver a Rebeca com ele em momento algum (mesmo quando ela achava que poderia ser ele o grande amor da vida dela) eu simplesmente ficava pensando “esse cara nunca vai deixar a Rebeca ser quem ela realmente é, vai passar a vida inteira fingindo e vai acabar se sufocando”.

O outro personagem é aquele clássico pelo qual vocês sempre me veem declarando amor por aqui: aquele tipo de cara que é bem mais do que parece ser, que vive de um jeito, mas que é muito mais do que aquilo e para ser bem honesta desde o início ele sempre fez muito mais pela Rebeca do que o outro, então minha torcida já era pra ele mesmo antes de ele e nossa querida quase mocinha trambiqueira se conhecerem. Principalmente porque eu acho que ele sofreu demais, não só pelas coisas que aconteceram com ele, mas pela situação das pessoas que ele ama, então ele já pegou meu coração e colocou em uma caixinha desde as primeiras páginas e só por isto ele tem meu amor eterno.

Temos também em destaque a Suzy, melhor amiga da Rebeca, mãe dela a quase todo o momento e ela é o exemplo mais claro que eu já vi (pelo ou menos que eu me lembre obviamente) que amor demais sufoca as pessoas, e que nós devemos mesmo parar de ter certezas sobre a vida dos outros, porque na minha opinião todo o cuidado e zelo extremos que a Suzy teve com a Rebeca, acabou fazendo com que ela tomasse caminhos errados e fizesse escolhas estúpidas, para dizem bem a verdade em muitos momentos eu quis bater muito mais nela do que na Rebeca, entrar (novamente) no livro e dizer “Para de ser chataaaaaaaa a menina tem que fazer as escolhas dela e seguir o coração dela e não o seu!” E eu entendo que em grande parte era porque ela tinha medo de a Rebeca escolher errado o décimo terceiro namorado, mas ela foi muito sufocante.

Eu gostei muito da forma como a Pepper conduziu o enredo, da forma como o ela conseguiu linkar o místico, o real e o cibernético, eu achei bem interessante porque ela conseguiu desmistificar (pelo ou menos para mim) aquela coisa da racionalidade cega ser a melhor escolha para não se ter problemas, aquilo que o mundo vive pregando de que quanto menos você sentir e quando mais racional você conseguir ser melhor.

A escrita dela é leve, mas em alguns momentos eu achei um pouco arrastada, não sei se é porque eu já havia começado a perder a paciência com alguns personagens, mas ainda assim foi uma leitura extremamente proveitosa, que me ajudou a quebrar alguns conceitos que eu possuía (porque admito que em muitos pontos eu me identifiquei com a Rebeca e portanto cresci um pouquinho com ela) e fora que quando o romance efetivamente acontece foi absolutamente encantador.

Eu li o livro em e-book e a diagramação dele é bem simples, deixa a leitura bem confortável, achei a capa linda e conseguiu capturar a essência (ou pelo ou menos o ponto inicial) da história, com o quê místico que permeia todo o enredo. Não achei erros de revisão, o que é um grande ganho se considerarmos que em geral o crivo sob os e-books é relativamente inferior aos dos físicos, e não posso falar sobre a fonte porque li pelo Kindle e acabei regulando a fonte tamanho da letra de forma que fosse melhor para mim.

É uma história repleta de aprendizados de fundo, mas acima de tudo fala sobre fé, amor e como a vida fica muito melhor quando ouvimos a nós mesmos e deixamos as coisas seguirem o rumo do destino, sobre como não podemos ser felizes sozinhos, mas ao mesmo tempo sobre como precisamos nos encontrar conosco mesmo para então sermos capazes de viver com o outro, porque não sabemos em que acreditamos e quem realmente somos, ninguém que nos cerque pode fazer isto.









Título: Treze  Páginas: 406 | Autor(a): FML Pepper  
  | Editora: Galera Record | Ano: 2017


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9 Comentários:

Às 21 de fevereiro de 2019 às 19:09 , Blogger Que seja Doce disse...

Oi Aninha tudo bem??
Já tentei ler ele duas vezes. Mas infelizmente a leitura não foi para frente.. A unica personagem que gostei ate inde lio livro foi a Suzy. Achei ela bem madura e bem escrita. Agora a Rebecca, muiiitoooo chata. Não curti.. Mas fico feluz que alguém gostou

 
Às 22 de fevereiro de 2019 às 10:06 , Blogger Livros Engavetados disse...

Eu li este livro ano passado, se nãoe engano e acabei gostando muito dele. Algumas coisas me irritaram na personagem, mas consegui superar e gostar dela.

 
Às 25 de fevereiro de 2019 às 04:50 , Blogger Ana Caroline Lima Espindula disse...

Olá, xará.

Eu acho a FML um amor, participei uma vez de um debate dela na Bienal que eu AMEI.
Nunca tive a oportunidade de ler nenhum de seus livros, para a minha infelicidade, porém tenho grande vontade!
Gostei de saber mais a respeito da história, pena que a leitura em dado momento se torna arrastada. Eu também acho que odiaria a mãe da Rebecca, de verdade. Dica de livro anotada!

 
Às 25 de fevereiro de 2019 às 15:15 , Blogger Book Obsession disse...

Olá!
A escrita da FML Pepper é muito gostosinha. Nesse livro gostei demais dos personagens e todo esse mistérios envolvendo uma história do passado, o número treze, além das situações engraçadas com a cartomante.
Beijos!

Camila de Moraes

 
Às 26 de fevereiro de 2019 às 17:21 , Blogger Camila disse...

Oi, Aninha.
Morro de vontade de ler os livros dessa autora, mas não sei se começaria por esse.
Li algumas críticas boas e outras nem tanto... Então acho melhor começar pela série dela! Rs...
Beijos
Camis - blog Leitora Compulsiva

 
Às 28 de fevereiro de 2019 às 10:22 , Blogger Ivi Campos disse...

Comprei este livro na bienal e ainda não consegui encaixar a leitura. mas sua resenha me animou porque o personagem masculino tem tudo o que gosto.
Beijos

 
Às 28 de fevereiro de 2019 às 16:47 , Blogger Marijleite disse...

Oi, também li esse livro na parceria com a autora, gostei muito da escrita dela. Os personagens evoluem mesmo, e o "outro personagem" também me conquistou no decorrer da história, a Suzi também despertou sentimentos ruins em mim, rsrs.

 
Às 28 de fevereiro de 2019 às 20:55 , Blogger Luna disse...

Eu não estava tão interessada assim nesta história antes (li algumas resenhas), mas agora até que estou reconsiderando minha decisão de não apostar nela.

Achei curioso isso da mocinha ser uma golpista (me lembrou imediatamente o livro Se Houver Amanhã, do Sidney Sheldon) e a questão da cartomante ter feito previsões tão horríveis. E agora sim compreendi o título da história. Espero que a mocinha escolha o cara certo, não o "perfeito" (porque este parece ser o errado) e sim aquele que realmente vai poder mudar sua vida para melhor.

Existem familiares que só nos fazem mal e parece que é isso o que se passa com a mocinha. É muito triste. :(

Espero que a mocinha amadureça bastante até o final da história e consiga ser feliz.

Bjs!

 
Às 28 de fevereiro de 2019 às 21:17 , Blogger Lucy disse...

Oi, Aninha!
Eu tenho vontade de ler livros da autora, ainda não li porque uma amiga minha não curtiu um livro da série anterior dela. Se esse for "filho único" capaz de eu me aventurar com ele. rs
Bjos
Lucy - Por essas páginas

 

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