22 novembro 2020

[RESENHA] MORTE ENTRE POETAS

Nacho Arán, meteorologista, poeta e também membro do Clube de Baskerville, um blog de investigação, é convidado para participar de um congresso para poetas com o intuito de homenagear o falecido marido da anfitriã Dona Agustina. Porém, por causa do trabalho como meteorologista, Nacho só consegue chegar no quarto dia de congresso no Cigarral, fazendo localizada na margem sul do rio Tejo. E para seu espanto, um dos poetas fora assassinado, Fábio Arjona.

Sendo o único que não é suspeito do assassinato, com a ajuda de sua Tia Pau e Rodrigo, ele irá aproveitar os dias no Cigarral para investigar o crime. Só que as coisas não serão tão fáceis, pois todos os outros poetas ao que parece, odeiam Fábio com todas as suas forças. O morto fizera muitos inimigos e qualquer um pode estar por trás de tudo, por isso, ele terá de escutar a história de cada um e juntar as peças deste quebra cabeças.

Assim que li a sinopse deste livro, fiquei hipnotizado e tive a certeza que deveria ler o livro. Um crime em pleno congresso de poetas? Isso me pareceu sombrio e ao mesmo tempo delicado. Com isso, minhas expectativas eram grandes e aos poucos fui percebendo que algumas delas seriam satisfeitas.

O livro já começa com a morte do personagem que nem ao menos conhecemos, e por isso não tem como dizer se foi um crime bárbaro contra uma boa pessoa, ou simplesmente uma vingança contra alguém tão ruim quanto o seu assassino. Então, aos poucos, a autora nos apresenta a outros personagens, e faz com que cada um conte sua história, e Fabio está em cada uma delas, causando desespero e tristeza na vida deles.

Ela vai delineando lentamente o caráter do personagem, fazendo com que seu leitor viaje por diferentes épocas e acontecimentos. Com isso, pode-se esperar por personagens muito bem construídos e que aos poucos vão acabar conquistando a confiança e a admiração do leitor. Tenho sim uma personagem que me apeguei simplesmente por sua história de vida e por sua superação.

A narrativa da autora se mostra rápida, descritiva e muito bem elaborada. Sua característica que mais me deixou contente foi a forma como ele delineia lentamente cada personagem, e faz com o que leitor vá saboreando com calma cada acontecimento. De início Àngela é uma autora que sabe usar à medida certa uma narrativa rápida e logo em seguida uma narrativa mais pausada e leve.

Porém, o livro é escrito em partes, e com isso, essas características foram ficando para trás por conta das partes extensas e por vezes intermináveis. É um livro que não consegui ler rapidamente por conta disso. A história foi se ficando cansativa e a narrativa da autora se tornando pesada, forçando-me a pausar minha leitura várias vezes, e isso me incomodou bastante e fez com que eu perdesse todo o encanto inicial pela obra.

O livro possui uma capa que tem tudo a ver com o enredo, folhas brancas (prefiro folhas amarelas, são melhor para a leitura), uma diagramação simples, porém bem trabalhada, com a fonte do tamanho adequado para uma boa leitura e não encontrei erros de revisão.

 

Título: Morte Entre Poetas | Páginas: 316 | Autor(a): Ángela Vallvey
Tradutor(a): - | Editora: Primavera Editorial | Ano:
2011

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